terça-feira, 5 de abril de 2016

Pé de mato

Novembro de 2015

Mais forte que o concreto 
É o pé de mato resistente
Mais forte do que a margem
É do rio sua nascente
Mais forte que o costume
importado do ocidente
e o pensamento europeu
que embranquece tua mente
É o balanço silencioso
do corpo
A redondidade da fala
nossa vogal
A nuca não civilizada
do cabelo espiral
Tudo o que esquecemos de cantar:
nosso ritmo latente
Beleza outra que encobrimos
com a branquitude aparente
Mas que ninguém pode conter
No fundo cada qual sente:
É muit'é nêga nossa gente!


Jadiel Lima

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