domingo, 20 de maio de 2012

Não


Não

Estou todo tempo me negando
O pelo que tiro
A unha que corto
A pele que troco
As células que mato por invalidez

Nego meu cheiro, minha cor,
Meu sexo, meu calor
Nego até minhas erupções
Nego nesse poema mesmo as minhas negações

Nego-me no outro
Nego o afeto do outro em mim
Na porrada ou na ânsia dum desejo
Nego o sobejo, a nossa essência
Nego o nexo e a paciência
Minha fera com todos se estranha
querendo negar o ser

...Tirei o dedo do nariz,
porque tinha gente olhando.



Jadiel Lima, Maranguape, hoje, agorinha.

3 comentários:

  1. Parabéns pelo poema lindo, Jadiel! Gostei muito do jeito que você escreve... nao pare nunca! beijo Thaís

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    1. Obrigado por ler. Eu também vi o que você escreve =D
      Gostei muitão! tô te seguindo, não olhe pra trás =)

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  2. Sou assim
    exata mente
    assim

    mas não nego mesmo
    é que esse poema
    me nega palavras
    para elogia-lo

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